quarta-feira, 2 de maio de 2012

Europeus querem criar “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” na Rio+20

Europeus querem criar “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” na Rio+20

O Rio de Janeiro vai sediar, em junho, a Rio+20, uma conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. A conferência marca os 20 anos de uma das mais bem sucedidas reuniões ambientais, a Eco-92 – quando os países da ONU iniciaram as negociações para proteger a biodiversidade e evitar as mudanças climáticas.
Nesta sexta-feira (16), o principal negociador da União Europeia (UE) para a Rio+20, Janez Potocnik, deu declarações aos jornais Folha de S. Paulo e Valor sobre os pontos que a Europa vai defender na conferência. Um dos pontos interessantes é que os europeus decidiram apoiar a proposta da Colômbia de se criar Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Seriam metas no mesmo formato dos Objetivos do Milênio – oito objetivos formulados pela ONU em 2000. Todos os 191 países-membros das Nações Unidas se comprometeram a perseguir essas metas, como erradicar a pobreza, reduzir a mortalidade infantil, entre outras. Há, inclusive, um objetivo sobre o meio ambiente: garantir a sustentabilidade ambiental.
Os objetivos, segundo a UE, seriam criados em torno de 5 áreas: energia sustentável; água; manejo sustentável da terra e dos ecossistemas; oceanos; e eficiência no uso de recursos, com foco no lixo.
Seria uma grande vitória para a Rio+20 se essas metas fossem aprovadas. Primeiro, porque alguns desses objetivos podem levantar polêmicas. Um exemplo seria o caso da energia: o que poderia ser considerado “energia sustentável”? Será que hidrelétricas contam? E usinas nucleares? Outro ponto que pode render polêmica é o de oceanos – alguns países consideram que a exploração dos oceanos é uma questão de soberania e segurança alimentar, e por isso não aceitam a criação de santuários marinhos, como é o caso do Japão.
Mas o mais importante, um bom resultado na Rio+20 serviria para levantar as expectativas em torno de negociações em instâncias internacionais. Desde o fracasso de Copenhague em fechar um acordo climático, em 2009, muitos passaram a duvidar de que negociações internacionais podem resolver problemas envolvendo o meio ambiente. Tanto que o Brasil, com receio de um fracasso, vem ressaltando mais pontos sociais e econômicos na Rio+20 do que ambientais. Um acordo pode reviver as esperanças de que os países conseguem agir juntos para resolver problemas complexos como as mudanças climáticas.
(Bruno Calixto)

Um comentário:

  1. Olá menina, gostei muito da aparência do blog, e as matérias publicadas demonstram carinho e cuidado em sua pesquisa.
    Parabéns!

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